Depois de mais de 6 meses sem fazer provas e
estar finalmente a correr depois de uma lesão que me forçou a parar durante
dois meses seguidos, foi altura de finalmente fazer uma prova, e não há nada
melhor que voltar com uma prova de trail. A Taça Ibérica realizou-se em
Cerveira e compriendia as distâncias curta de 21km e ultra de 50km.
Sabia que não estava nem estou ainda na minha
melhor forma física, mas ainda assim tive vontade de fazer uma prova de trail,
na companhia de mais 3 colegas de equipa. Fomos todos juntos e até ao momento
de partida assim nos mantivemos, podia ser que com alguma sorte e bastante
esforço ainnda conseguissemos ganhar alguma coisa por equipas.
A prova começou às 9h08, uma vez que tinha de
dar um avanço de 1 hora à ultra. No início da prova destaquei-me e parti à
frente com todos os “prós”, que claramente correm melhor e mais que eu, pelo
menos para já. Com uma voltinha pela Vila antes de começar a subir, fiz esse
primeiro quilómetro bastante rápido, mas com a clara mentalidade que teria de
me gerir melhor para o resto da prova.
Mal saímos da estrada para o monte começou a
subir, e bem. Mesmo sendo a primeira subida e tendo ainda força, decidi não
puxar por mim e não me esforçar, pelo que fiz a subida a andar, tal como todos
os outros atletas. Ao fim de pouco tempo ficou claro que estava com fadiga
muscular, sentia os músculos cansados e a não responder como melhor gostaria.
Foi durante essa subida que o Carlos da minha equipa me passou, era o único
maluco a correr numa subida com aquele nível de inclinação.
Acaba a subida e o descanso não foii muito
longo. Uma pequena descida acentuada também não permite ganhar muita velocidade
e chega a cansar mais o travar o corpo que a subiida. Nessa descida passei eu o
Carlos, parece que a prova para ele acabou ali, uma lesão ainda não totalmente
recuperada não o permitiu continuar a correr.
Depois da curta descida, mais uma subida. Esta
começou menos acentuada, mas rapidamente ficou bastante dura. Foi curta, porém,
com uma descida logo a seguir, mantendo o esforço elevado. Foi nesta altura que
as subidas se começaram a revelar o meu problema, rapidamente fiquei sem força
para qualquer tipo de inclinação, por mais ligeira que fosse. No plano e
ligeiras descidas já não tinha esse problema e facilmente recuperava algum do
tempo perdido nas subidas.
O km 7 apresentou a subida mais agressiva,
foram quase 20 minutos sem parar sempre a subir. Uma ligeira dor de costas já
não me permitia inclinar tanto o corpo e auxiliar as pernas com os braços.
Associado a isso, os músculos dos gémeos e solear ardiam-me tanto que receava
ter desenvolvido uma lesão. A subida foi feita a grande custo e muito lenta,
até ao ponto em que estávamos ao nível das ventoinhas eólicas, onde uma neblina
e um vento forte fazia sentir um frio muito agressivo. Solução: correr!
Os km’s seguintes foram de descanso para os
músculos, estava num patamar onde me sinto muito mais à vontade, a descer
ligeiramente e plano. Depois de vários km’s com ritmos na ordem dos 12 minutos
até aos 18, consegui correr dois seguidos com médias de cerca de 4’10’’/km, uma
grande melhoria.
Mas esta prova não foi feita para ser fácil e
pouco depois voltou a aparecer mais uma subida. Mais caminhada, a ritmos de
15’/km, com as dores musculares a aumentar a cada passo. Já não puxava por mim,
já não tentava ganhar o tempo perdido, apenas tentava continuar a andar para a
frente, sem qualquer força.
Nos últimos km’s fui apanhado por outro colega
de equipa, o Nuno. Andamos juntos durante cerca de um km, ainda nos perdemos uns 200
metros, distraídos e cansados, em mais uma subida. Consegui fugir-lhe um pouco
a seguir, quando o terreno nivelava um pouco e até descia. Mas as pernas já
doiam que o ato de ter de travar o corpo a descer já não me permitia correr a
ritmos minimamente semelhantes aos de antes, chegando ao limite de ter de fazer
uma descida não muito acentuada a andar.
Quase a acabar, já não era uma subida, era uma
escalada. Tinham-me avisado que no final haveria uma pequena subida, de cerca
de 200 metros, mas isto era ridículo, implicava escalar no meio de rochas. Foi
aqui que o Nuno me voltou a passar e nunca mais o apanheiate ao fim.
Ainda antes de voltar à Vila, uma descida
longa mas pouco acentuada massacrou-me bastante. Os músculos já não aguentavam
e ardiam imenso, já não tinha confiança para correr ou “voar” nas descidas, com
receio dos músculos não aguentarem e simplesmente cair.
Com muito esforço lá fui andando até começar a
reconhecer alguns locais onde já tinha passado, estava de volta ao princípio e
perto da meta. Com algum esforço fui correndo, entrei na Vila a fazer o
percurso de antes no sentido contrário.
A prova era bastante difícil, com cerca de 1500mts de desnível positivo. Pelo que um atleta me disse a meio da prova, é a única prova nacional de distância curta classificada como nível IV, que revela o nível de dificuldade da prova.
Cruzei a meta com 2h30min,
numa distância de 20,5km. Média final: 7’21’’/km.A prova era bastante difícil, com cerca de 1500mts de desnível positivo. Pelo que um atleta me disse a meio da prova, é a única prova nacional de distância curta classificada como nível IV, que revela o nível de dificuldade da prova.
Classificação final 47º lugar.
Da minha equipa: Nuno Maia em 44º e Paulo Amadeu em 97º.
Registo: Garmin Connect
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