terça-feira, 10 de maio de 2016

Taça Ibérica de Trail

Depois de mais de 6 meses sem fazer provas e estar finalmente a correr depois de uma lesão que me forçou a parar durante dois meses seguidos, foi altura de finalmente fazer uma prova, e não há nada melhor que voltar com uma prova de trail. A Taça Ibérica realizou-se em Cerveira e compriendia as distâncias curta de 21km e ultra de 50km.
Sabia que não estava nem estou ainda na minha melhor forma física, mas ainda assim tive vontade de fazer uma prova de trail, na companhia de mais 3 colegas de equipa. Fomos todos juntos e até ao momento de partida assim nos mantivemos, podia ser que com alguma sorte e bastante esforço ainnda conseguissemos ganhar alguma coisa por equipas.














A prova começou às 9h08, uma vez que tinha de dar um avanço de 1 hora à ultra. No início da prova destaquei-me e parti à frente com todos os “prós”, que claramente correm melhor e mais que eu, pelo menos para já. Com uma voltinha pela Vila antes de começar a subir, fiz esse primeiro quilómetro bastante rápido, mas com a clara mentalidade que teria de me gerir melhor para o resto da prova.
Mal saímos da estrada para o monte começou a subir, e bem. Mesmo sendo a primeira subida e tendo ainda força, decidi não puxar por mim e não me esforçar, pelo que fiz a subida a andar, tal como todos os outros atletas. Ao fim de pouco tempo ficou claro que estava com fadiga muscular, sentia os músculos cansados e a não responder como melhor gostaria. Foi durante essa subida que o Carlos da minha equipa me passou, era o único maluco a correr numa subida com aquele nível de inclinação.
Acaba a subida e o descanso não foii muito longo. Uma pequena descida acentuada também não permite ganhar muita velocidade e chega a cansar mais o travar o corpo que a subiida. Nessa descida passei eu o Carlos, parece que a prova para ele acabou ali, uma lesão ainda não totalmente recuperada não o permitiu continuar a correr.
Depois da curta descida, mais uma subida. Esta começou menos acentuada, mas rapidamente ficou bastante dura. Foi curta, porém, com uma descida logo a seguir, mantendo o esforço elevado. Foi nesta altura que as subidas se começaram a revelar o meu problema, rapidamente fiquei sem força para qualquer tipo de inclinação, por mais ligeira que fosse. No plano e ligeiras descidas já não tinha esse problema e facilmente recuperava algum do tempo perdido nas subidas.
O km 7 apresentou a subida mais agressiva, foram quase 20 minutos sem parar sempre a subir. Uma ligeira dor de costas já não me permitia inclinar tanto o corpo e auxiliar as pernas com os braços. Associado a isso, os músculos dos gémeos e solear ardiam-me tanto que receava ter desenvolvido uma lesão. A subida foi feita a grande custo e muito lenta, até ao ponto em que estávamos ao nível das ventoinhas eólicas, onde uma neblina e um vento forte fazia sentir um frio muito agressivo. Solução: correr!
Os km’s seguintes foram de descanso para os músculos, estava num patamar onde me sinto muito mais à vontade, a descer ligeiramente e plano. Depois de vários km’s com ritmos na ordem dos 12 minutos até aos 18, consegui correr dois seguidos com médias de cerca de 4’10’’/km, uma grande melhoria.
Mas esta prova não foi feita para ser fácil e pouco depois voltou a aparecer mais uma subida. Mais caminhada, a ritmos de 15’/km, com as dores musculares a aumentar a cada passo. Já não puxava por mim, já não tentava ganhar o tempo perdido, apenas tentava continuar a andar para a frente, sem qualquer força.
Nos últimos km’s fui apanhado por outro colega de equipa, o Nuno. Andamos juntos durante cerca de um km, ainda nos perdemos uns 200 metros, distraídos e cansados, em mais uma subida. Consegui fugir-lhe um pouco a seguir, quando o terreno nivelava um pouco e até descia. Mas as pernas já doiam que o ato de ter de travar o corpo a descer já não me permitia correr a ritmos minimamente semelhantes aos de antes, chegando ao limite de ter de fazer uma descida não muito acentuada a andar.
Quase a acabar, já não era uma subida, era uma escalada. Tinham-me avisado que no final haveria uma pequena subida, de cerca de 200 metros, mas isto era ridículo, implicava escalar no meio de rochas. Foi aqui que o Nuno me voltou a passar e nunca mais o apanheiate ao fim.
Ainda antes de voltar à Vila, uma descida longa mas pouco acentuada massacrou-me bastante. Os músculos já não aguentavam e ardiam imenso, já não tinha confiança para correr ou “voar” nas descidas, com receio dos músculos não aguentarem e simplesmente cair.
Com muito esforço lá fui andando até começar a reconhecer alguns locais onde já tinha passado, estava de volta ao princípio e perto da meta. Com algum esforço fui correndo, entrei na Vila a fazer o percurso de antes no sentido contrário.

A prova era bastante difícil, com cerca de 1500mts de desnível positivo. Pelo que um atleta me disse a meio da prova, é a única prova nacional  de distância curta classificada como nível IV, que revela o nível de dificuldade da prova.

Cruzei a meta com 2h30min, numa distância de 20,5km. Média final: 7’21’’/km.
Classificação final 47º lugar.

Da minha equipa: Nuno Maia em 44º e Paulo Amadeu em 97º.

Registo: Garmin Connect 

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